Milhões de acrobacias muitas vezes em situações perigosas, horários e temperaturas extremas, faça chuva e faça sol, lá estão eles, incansáveis e armados com suas máquinas a fim de conseguir "O Clic".
O Top Leo Possatti sob lente de Vivi. |
A Moda dificilmente teria tanto reconhecimento sem esses profissionais, e a eles devemos muito.
Nomes como Karl Lagerfeld, Mario Testino e o nacional Eduardo Rezende são alguns dos fotógrafos mais populares, com portfólio repleto de capas e campanhas para as maiores empresas do setor.
Conversamos com a Fotógrafa Vivi Gondek a fim de conhecer um pouco mais dessa profissão apaixonante e desafiadora.
(Viviane Gondek Schievenin, é natural de Rio Claro-SP, formada em Publicidade e Fotografia, coleciona trabalhos para Acolá Conceito, Ana Satti e Andressa Delamuta além de Editoriais autorais para revistas como Cake Mag, Amuse Mag e Catarina.)
Acompanhem:
*Vivi, partindo do início, de onde veio a vontade de fazer fotografia?
Meu pai tinha uma câmera analógica antiga que alguém trouxe para ele , e eu me lembro de tirar a primeira foto interessante com 10 anos, estava em ilha bela e gostei do efeito que consegui na foto. Também gostava de montar teatros com meus primos, produzi-los e filmá-los com uma câmera(que eu mal conseguia carregar de tão grande) que meu avô tinha. Posso dizer que eu gostava criar histórias e depois contá-las com a câmera. Ai mais para frente eu comecei a fotografar show de banda, sempre com um olhar mais diferenciado... Ai fui para fotografia autoral.
*A Moda já se fazia presente em sua vida? Se sim de que forma?
De certa forma, mas eu nunca fui super antenada em tendências, eu gostava de criar as próprias tendências...então eu passei por umas fases de clubber(quando estava no colégio), de pintar as unhas uma de cada cor, pintar o cabelo de azul... cortava todos meus uniformes porque queria customizá-los, ai a diretora me barrava na porta rs. Minha mãe escondeu a tesoura uma época para que eu não cortasse as roupas, estragava muitas delas!
*Como e quando você teve contato real com Moda?
Quando eu comecei a estudar fotografia de verdade, na Panamericana. Ai eu fiz um trabalho final em conjunto com uma estilista Portuguesa, na verdade a escola escolhia os alunos que tinham inclinação para fotografia fashion para fazer o editorial dos alunos que estavam na etapa final do curso de moda. Fizemos esse trabalho juntas, ficou bem interessante o resultado, isso foi em 2010, sem muitos recursos de equipamento, só uma rebel e speed flash.
*Falando do seu trabalho, você se prepara de alguma forma para fazer um shot? Como?
Muito. Primeiro eu estudo o cliente, converso bastante para entender como ele chegou na criação das peças dele. Depois eu crio uma pasta com referências, me baseando nas coisas que ele apontou mas unindo com o que eu acho que caberia da história dele. Ai crio um Mood board em um Power Point, dividido em referências de luz, cores, poses, maquiagem, cabelo, tudo o que eu acho que vai entrar para a foto. Depois mostro para o cliente e vamos lapidando até chegar numa ideia final. Como fazemos toda a produção executiva, depois de aprovado o Mood, vamos atrás de modelos, maquiadores, produtores, locação, catering, enfim tudo o que envolve o shooting no dia.
*Trabalhar com Moda é de longe o mar de maravilhas que pensam. Há algo no mercado que a incomode de alguma forma?
Eu acho que todo trabalho mais artístico parece ser sempre glamourizado. No final, a arte é apenas uma parte de todo um processo super complicado de organizar as coisas, igual em outros trabalhos...com a diferença de que muitas vezes você não tem respaldo de uma empresa, de processos bem estabelecidos, leis... Então na fotografia no geral isso dá bastante problema- o que não fica bem estabelecido entre cliente e fotógrafo, com certeza dá problema no final, e normalmente é porque acabam nos pedindo mais do que foi acordado ou porque nós não soubemos negociar isso direito. O que mais me incomoda no mercado de moda é isso, não tem lei nenhuma regendo nada, é tudo bem bagunçado. Agora que estou com o estúdio mais estruturado estou conseguindo me organizar melhor, mas quem é sozinho e autônomo sofre bastante.
Outra coisa que me incomoda mas ai pega publidadade também, é essa questão de usarmos modelos sempre com cara de mais novas, sempre ressaltando jovialidade, todos os editoriais que vejo usam modelos padronizadas enaltecendo a mulher-novinha, como se a moda só existisse para mulheres de 18 anos. Estou trabalhando em um projeto que mostre isso, porque nós mulheres vamos ficando mais velhas e nos sentimos totalmente não representadas (assim como há essa questão também para o padrão de corpo, magras, brancas, etc). Essa parte que tange a idade da mulher é surreal, tanto é que modelos com mais de 25 anos acabam ficando mais de lado no mercado da moda, é nítido como se explora essa característica no mercado .
Outra coisa que me incomoda mas ai pega publidadade também, é essa questão de usarmos modelos sempre com cara de mais novas, sempre ressaltando jovialidade, todos os editoriais que vejo usam modelos padronizadas enaltecendo a mulher-novinha, como se a moda só existisse para mulheres de 18 anos. Estou trabalhando em um projeto que mostre isso, porque nós mulheres vamos ficando mais velhas e nos sentimos totalmente não representadas (assim como há essa questão também para o padrão de corpo, magras, brancas, etc). Essa parte que tange a idade da mulher é surreal, tanto é que modelos com mais de 25 anos acabam ficando mais de lado no mercado da moda, é nítido como se explora essa característica no mercado .
*Ser aceito no mercado fashion é por vezes cansativo e demorado, como foi esse processo de aceitação para você?
Eu ainda estou sendo aceita rs! Me formei em 2010 na Pana e desde então tento trabalhar com isso, foram 6 anos (interrompidos por idas e vindas para voltar a trabalhar em empresa e por uma viagem longa em que morei na Nova Zelândia). O processo pra mim foi o seguinte: enquanto eu estava obcecada querendo pegar jobs de moda, eles não vinham, eles começaram a vir com um reconhecimento de portfólio que eu fui construindo junto com a estrutura de empresa que eu criei. Muitos clientes se sentem mais confortáveis quando negociam com alguém que tem essa estrutura (nós somos em 8 no estúdio, entre departamento comercial, financeiro etc), e eu atribuo essa estrutura `a facilidade em começar a entrar nesse mercado. Mas antes disso eu fiz muito book para agências, muitos shootings para portfólio, e continuo fazendo- tudo com troca de trabalho entre fotógrafo-modelo-maquiador etc. Isso é o que faz você ter um portfólio bacana, desenvolvendo sua identidade, para tentar passar isso para os jobs pagos.
*Se pudesse dar uma dica pra alguém que queira ser Fotógrafo de Moda, qual seria?
Estuda muita referência de fotógrafos renomados, estuda a luz que eles usaram, as poses, e começa a fotografar modelos new faces que estão em agências. Elas são super acessíveis, e dá para treinar o olhar com elas, a maioria esta aprendendo a posar mas para quem quer entrar no mercado fashion, elas são essenciais. Tenta sempre ir atrás de modelos que querem ser modelos mesmo, de maquiadores que também estão na mesma frequência que você (querem ir para área fashion), e troquem trabalhos, essa troca é o que faz vc entrar no mercado. E mande seus trabalhos para essas revistas on line, tem uma infinidade delas e sempre que seu trabalho é publicado, você acaba ganhando mais reconhecimento de outras pessoas.
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-Trabalho, Trabalho e mais Trabalho.
Nós do Ditadura sempre lembramos que o Munda da Moda não se trata de puro Glamour como é retratado, esse é realmente um Universo fantástico, porém exige muito dos profissionais, cada trabalho envolve sempre uma grande equipe, cada um exercendo sua função e dando seu melhor para que nós possamos admirar lindas fotos e filmes, portanto a quem deseja seguir esse ramo tenha em mente quão desafiador e ao mesmo tempo surreal esse mercado pode ser!
Sucesso a todos...
Sucesso a todos...
😍😍😍
Conheçam o trabalho de Viviane no site da Fotógrafa ---> www.vivianegondek.format.com
Nosso Insta: @DitaduraFashion.Blog
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