Cindy que é representada pela JOY Model, já estampou também Editorial para a Revista Ela do Jornal o Globo além de outros trabalhos.
-Em nossa entrevista exclusiva, demos ênfase à falta de representatividade de Modelos negros, embora nossa etnia seja muito mais diversa-necessitamos tocar mais nessa 'ferida' aproveitar melhor a nossa rica pluralidade de raças-que por sinal é linda; acompanhe abaixo:
*Cindy como e
quando você começou a modelar? Era esse seu sonho?
Aos 13 anos
comecei a me interessar pelo mundo da moda, fazendo alguns ensaios e desfiles
na minha cidade natal - Barra do Piraí.
Com 15 anos,
participei de uma convenção de modelos. Na ocasião, algumas agências
demonstraram interesse por mim, e acabei escolhendo a JOY Model.
Passaram-se
cinco anos e muito já aconteceu. Mas, como dizem: “O melhor ainda está por
vir”.
Sempre sonhei
em ser modelo, porque acredito que seja algo mais do que um trabalho: é um
jeito de fazer sonhar ou viver um momento mágico.
*Como foi sua
adaptação neste mercado, uma vez que predomina a ditadura da beleza caucasiana?
O começo é
difícil. A aceitação do mercado leva um tempo, e a concorrência é enorme.
Sempre procurei manter o foco e não desistir.
Agora entrei
em um novo momento. Estou extremamente grata por tudo o que tem acontecido e
continuarei batalhando para conseguir meu espaço e representatividade para nós
negros.
*Tu sente ou
já sentiu dificuldade/resistência do mercado por conta da sua etnia? Como lida
com isso?
Nos últimos
tempos eu senti mais aceitação, em geral, porém sabemos que é um processo
lento.
Tento lidar
com isso da forma mais didática possível, ou seja, procuro mostrar que todos
temos capacidades e talentos, independente de raça, orientação sexual ou qualquer
outro desses detalhes.
*Sabemos que
nosso país é incrivelmente rico culturalmente, e temos profissionais
fantásticos nas mais diversas esferas da Arte, e na Moda, entretanto somos
carentes de diversidade, mesmo com os constantes debates. Qual a sua visão
sobre isso? O que na tua visão essa falta de representatividade gera de ruim
para nossa sociedade?
Vivemos em um
país rico de recursos, de profissionais capazes e de gente bonita - em todas as
formas que a beleza possa se apresentar.
Porém ainda se
prioriza um Brasil elitista, europeu.
Quando há uma
tentativa de fazer algo mais representativo para a cultura negra, esta
tentativa perde força. O espaço é dado sempre aos mesmos. É preciso renovar, de
forma plena, integrando etnias, tipos, gêneros e toda a diversidade nos
castings.
Essa falta de
representatividade faz com que a sociedade siga uma certa padronização. Vemos
isso de forma clara nos salões: cheios de cachos sendo alisados.
Precisamos
modificar o nosso jeito de apreciar a diversidade, sobretudo em um país tão
miscigenado quanto o Brasil. Só assim vamos viver de forma mais coerente,
apreciando de fato as diferenças entre nós.
*Você é
representada pela JOY Model em SP, a agência com casting mais diversificado,
além de ser uma das maiores nacionalmente; qual sua expectativa para o futuro,
metas e desejos, relacionados à sua profissão?
Eu quero
crescer profissionalmente e ser reconhecida pelo meu trabalho. Quero trabalhar
com os melhores profissionais e pretendo aproveitar cada passo, para aprender o
máximo possível.
Eu gostaria de
trabalhar em Milão, Paris e Londres, mas também em lugares mais exóticos, como
Tóquio ou Seul.
*Nesta
temporada você teve um bom desempenho levando em consideração o grande número
de Modelos que são apresentados nos castings, podemos dizer que você supriu
suas expectativas? Pra ti qual a importância de estar representando no maior
evento de Moda no país?
Eu me
surpreendi com o resultado! Fiquei extremamente feliz por levar
representatividade para a passarela do maior evento de moda do país.
Tenho muito
agradecer à agência JOY Model pela oportunidade.
Amei também
ver um SPFW mais diversificado. Foi o meu primeiro e foi inesquecível.
Estar presente
neste evento significa muito para mim. Torço para que seja somente a primeira
de várias outras participações.
*Saindo um
pouco do papo sério, o que a Cindy faz nos tempos livres?
Eu amo a
natureza, então sempre que posso fujo para um espaço verde. No Rio de Janeiro,
eu morava perto da Floresta da Tijuca. Amo aquele lugar e sempre faço trilhas.
No verão, aproveito até as cachoeiras. Aqui em São Paulo, moro perto do Parque
Ibirapuera, então pelo menos três vezes por semana eu estou lá correndo ou
fazendo um piquenique.
Gosto também
de ler livros, estudar inglês (em um curso da agência JOY).
Também adoro
filmes e seriados.
*Como mantém
as medidas? É adepta de tratamentos estéticos, dietas e/ou exercícios?
Eu não faço
dietas, mas cuido muito bem da minha alimentação.
Meus cuidados
estéticos são fazer exercícios com regularidade.
*Quais
características fazem de ti uma boa profissional?
Eu sou muito
fácil de lidar. Gosto de escutar a equipe nos trabalhos, e procuro ser sempre
educada e pontual. Acho que isso faz a diferença em qualquer profissão.
*O trabalho
dos sonhos?
É difícil
dizer. Tantos trabalhos são sonhos.
Gostaria de
trabalhar com as grandes grifes do mercado: Chanel, Gucci, Prada e Victoria's
Secret.
O insta dela é: @iamcindyreis
-Falar de Moda para o Ditadura é muito mais que citar tendências, defendemos ideais e um DNA muito próprio, acreditamos que nosso mercado é incrível, com profissionais incríveis que fazem da nossa Moda um sonho, e escrever esse texto tem para mim um grande valor, pois como nossa Cindy cita acima, no Brasil predomina esse elitismo europeu-algo desnecessário-pois temos tanta cultura a oferecer e torço para que nosso mercado aproveite o que temos de melhor!
Att Rafa Carvalho.
Amei!! Cindy é uma pessoa muito agradável, sou fã!
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