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terça-feira, 12 de setembro de 2017

Cindy Reis.

A carioca de 19 anos acaba de estrear nas passarelas da SPFW, nesta edição n44 e fez bonito em sua primeira temporada, contabilizando 8 desfiles para marcas conceituadas no mercado nacional!
Cindy que é representada pela JOY Model, já estampou também Editorial para a Revista Ela do Jornal o Globo além de outros trabalhos.

-Em nossa entrevista exclusiva, demos ênfase à falta de representatividade de Modelos negros, embora nossa etnia seja muito mais diversa-necessitamos tocar mais nessa 'ferida'  aproveitar melhor a nossa rica pluralidade de raças-que por sinal é linda; acompanhe abaixo:





*Cindy como e quando você começou a modelar? Era esse seu sonho?

Aos 13 anos comecei a me interessar pelo mundo da moda, fazendo alguns ensaios e desfiles na minha cidade natal - Barra do Piraí.
Com 15 anos, participei de uma convenção de modelos. Na ocasião, algumas agências demonstraram interesse por mim, e acabei escolhendo a JOY Model.
Passaram-se cinco anos e muito já aconteceu. Mas, como dizem: “O melhor ainda está por vir”.
Sempre sonhei em ser modelo, porque acredito que seja algo mais do que um trabalho: é um jeito de fazer sonhar ou viver um momento mágico.

*Como foi sua adaptação neste mercado, uma vez que predomina a ditadura da beleza caucasiana?

O começo é difícil. A aceitação do mercado leva um tempo, e a concorrência é enorme. Sempre procurei manter o foco e não desistir.
Agora entrei em um novo momento. Estou extremamente grata por tudo o que tem acontecido e continuarei batalhando para conseguir meu espaço e representatividade para nós negros.

*Tu sente ou já sentiu dificuldade/resistência do mercado por conta da sua etnia? Como lida com isso?

Nos últimos tempos eu senti mais aceitação, em geral, porém sabemos que é um processo lento.
Tento lidar com isso da forma mais didática possível, ou seja, procuro mostrar que todos temos capacidades e talentos, independente de raça, orientação sexual ou qualquer outro desses detalhes.

*Sabemos que nosso país é incrivelmente rico culturalmente, e temos profissionais fantásticos nas mais diversas esferas da Arte, e na Moda, entretanto somos carentes de diversidade, mesmo com os constantes debates. Qual a sua visão sobre isso? O que na tua visão essa falta de representatividade gera de ruim para nossa sociedade?

Vivemos em um país rico de recursos, de profissionais capazes e de gente bonita - em todas as formas que a beleza possa se apresentar.
Porém ainda se prioriza um Brasil elitista, europeu.
Quando há uma tentativa de fazer algo mais representativo para a cultura negra, esta tentativa perde força. O espaço é dado sempre aos mesmos. É preciso renovar, de forma plena, integrando etnias, tipos, gêneros e toda a diversidade nos castings.
Essa falta de representatividade faz com que a sociedade siga uma certa padronização. Vemos isso de forma clara nos salões: cheios de cachos sendo alisados.
Precisamos modificar o nosso jeito de apreciar a diversidade, sobretudo em um país tão miscigenado quanto o Brasil. Só assim vamos viver de forma mais coerente, apreciando de fato as diferenças entre nós.

*Você é representada pela JOY Model em SP, a agência com casting mais diversificado, além de ser uma das maiores nacionalmente; qual sua expectativa para o futuro, metas e desejos, relacionados à sua profissão?

Eu quero crescer profissionalmente e ser reconhecida pelo meu trabalho. Quero trabalhar com os melhores profissionais e pretendo aproveitar cada passo, para aprender o máximo possível.
Eu gostaria de trabalhar em Milão, Paris e Londres, mas também em lugares mais exóticos, como Tóquio ou Seul.

*Nesta temporada você teve um bom desempenho levando em consideração o grande número de Modelos que são apresentados nos castings, podemos dizer que você supriu suas expectativas? Pra ti qual a importância de estar representando no maior evento de Moda no país?

Eu me surpreendi com o resultado! Fiquei extremamente feliz por levar representatividade para a passarela do maior evento de moda do país.
Tenho muito agradecer à agência JOY Model pela oportunidade.
Amei também ver um SPFW mais diversificado. Foi o meu primeiro e foi inesquecível.
Estar presente neste evento significa muito para mim. Torço para que seja somente a primeira de várias outras participações.

*Saindo um pouco do papo sério, o que a Cindy faz nos tempos livres?

Eu amo a natureza, então sempre que posso fujo para um espaço verde. No Rio de Janeiro, eu morava perto da Floresta da Tijuca. Amo aquele lugar e sempre faço trilhas. No verão, aproveito até as cachoeiras. Aqui em São Paulo, moro perto do Parque Ibirapuera, então pelo menos três vezes por semana eu estou lá correndo ou fazendo um piquenique.
Gosto também de ler livros, estudar inglês (em um curso da agência JOY).
Também adoro filmes e seriados.

*Como mantém as medidas? É adepta de tratamentos estéticos, dietas e/ou exercícios?

Eu não faço dietas, mas cuido muito bem da minha alimentação.
Meus cuidados estéticos são fazer exercícios com regularidade.

*Quais características fazem de ti uma boa profissional?

Eu sou muito fácil de lidar. Gosto de escutar a equipe nos trabalhos, e procuro ser sempre educada e pontual. Acho que isso faz a diferença em qualquer profissão.

*O trabalho dos sonhos?

É difícil dizer. Tantos trabalhos são sonhos.

Gostaria de trabalhar com as grandes grifes do mercado: Chanel, Gucci, Prada e Victoria's Secret.

O insta dela é: @iamcindyreis



-Falar de Moda para o Ditadura é muito mais que citar tendências, defendemos ideais e um DNA muito próprio, acreditamos que nosso mercado é incrível, com profissionais incríveis que fazem da nossa Moda um sonho, e escrever esse texto tem para mim um grande valor, pois como nossa Cindy cita acima, no Brasil predomina esse elitismo europeu-algo desnecessário-pois temos tanta cultura a oferecer e torço para que nosso mercado aproveite o que temos de melhor!
Att Rafa Carvalho.

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