-Vez ou outra a gente se depara com alguns nomes-e rostos-expressivos tão ocasionalmente que nos surpreendemos, e cá pra nós, é disso que eu bem gosto!
Capa da revista Catarina. |
Natasha Olubusayo ,18, tem dessas belezas que prendem a gente, ela é natural de Osasco-SP, modela profissionalmente desde meados 2019 e em seu portfólio, nomes como Elle e Vogue br, ecoam, não paramos ai, seus 1,76m de altura, 81cm, 61cm, 90cm de busto cintura e quadril lhe aproximaram de seu sonho de infância, some ao portfólio desfiles para ÃO e Rocio Canvas e editoriais para Catarina, Schoon Magazine e mais...
Acompanhe abaixo uma entrevista com a modelo:
*Natasha, como e quando começou a modelar?
Desde os 13 anos eu e minha mãe começamos a fazer o possível para que esse meu
sonho se tornasse realidade, no início eu participava de uma semana de moda que
acontecia na minha cidade, mas não era algo muito profissional pois eu “pagava
pra desfilar”, mas felizmente, no início de 2018 quando eu tinha 14 anos eu
tive a oportunidade de fazer o workshop do Serginho (da 40 graus) aqui em São
Paulo, graças a ele e a Magda Monteiro minha scouter/booker. Quatro meses
depois (em abril de 2018) eu entrei pra Allure onde me preparam por
mais de um ano para que eu estivesse pronta pra ser apresentada pro mercado
quando eu completasse 16 anos (em junho de 2019). Depois que completei 16 anos
começamos a dar entrada nos documentos necessários como a emancipação e o DRT,
cortei meu cabelo, fiz algumas fotos novas para que eu pudesse começar a ser
apresentada, e no resto do ano eu fiz SPFW, casa de criadores, Vogue e alguns
outros editoriais..
*Qual foi sua
primeira verdadeira experiência no mercado, e quais eram os sentimentos que
ecoavam em tu?
No
ano de 2018 eu tive a oportunidade de ir assistir o Desfile do Apartamento 03
na SPFW n°46, na época eu tinha 14 anos e me lembro dessa experiência ter me
dado ainda mais certeza do meu objetivo de seguir carreira como modelo, foi uma
noite muito incrível, tive acesso ao backstage e pude conversar um pouco com o
Luiz (estilista da marca), tirei muitas fotos, vi muitas pessoas as quais eu
admirava e saí de lá maravilhada. No ano seguinte eu fiz minha estreia na SPFW
(n°48), e experienciar aquele backstage, a correria, os fotógrafos e tensão pra
que o desfile fosse perfeito foi uma das melhores sensações da minha vida, eu
lembro de estar realmente muito feliz com tudo aquilo.
*Olhando em
seus trabalhos e relações profissionais, quais podem ter te marcado de maneira
positiva e/ou negativa? Pode nos contar?
No
geral, a maioria dos meus trabalhos e relacionamentos dentro deles me marcaram
de maneira muito positiva, as equipes são muito atenciosas e sempre me tratam
da melhor forma possível, no final de cada trabalho eu já acabo tendo feito
amizade com metade da equipe, ou então quando trabalho com uma equipe que já
trabalhei antes, é sempre uma ótima experiência. Mas houve um dia, em que eu
estava fotografando para uma marca, e no geral a equipe era muito atenciosa
também, mas nesse dia eu estava passando muito frio pois o estúdio era fechado
e o ar condicionado estava ligado, depois de já ter avisado umas 5 vezes que
estava passando muito frio, principalmente porque estava trocando de roupa de 5
em 5 minutos, a equipe concordou que desligassem o ar, menos o fotógrafo que
disse que estava com calor, mas estava de casaco. Depois da equipe pedir que
ele tirasse o casaco então, ele respondeu que não queria tirar pois não gostava
da roupa que ele estava por baixo, e o ar continuou ligado. Eu me senti muito
desrespeitada nesse dia, mas não falei nada por ser um dos meus primeiros
trabalhos e tinha medo de me “queimar”, e quando cheguei em casa até fiquei um
pouco resfriada. Mas acabou servindo de lição pra mim, hoje em dia eu jamais
aceitaria passar por uma situação dessa, se estou desconfortável com algo logo
falo, e se não resolvem já contato um dos meu bookers, que estão sempre
dispostos a me atender, eles são perfeitos.
*Qual o impacto
da modelagem na sua vida? Quero dizer, o que pode ter mudado, melhorado etc ..?
É
estranho pensar em quem eu era antes de começar a cogitar em me tornar modelo,
porque eu era muito diferente de quem sou hoje e minhas metas eram outras também.
Eu acredito que o impacto da minha carreira sobre mim foi muito positivo, me
tornei uma pessoa mais confiante, mais segura de quem eu sou e dos meus
objetivos, mais focada, minha autoestima aumentou muito, eu comecei a mostrar
mais pro mundo quem eu realmente sou e deixei de ter medo de fazer isso, minha
carreira me mostrou que eu sou única, e me ajudou a me tornar uma pessoa mais
independente. E sou muito grata por poder experienciar tudo isso.
*A tal da
diversidade, ela tem acontecido efetivamente dentro da sua visão, com suas
experiências dia-a-dia em castings e desfiles?
Eu
acredito que nos últimos tempos tem havido sim uma maior preocupação em trazer
diversidade para as campanhas e pra publicidade em geral, eu consigo ver muitos
avanços em relação a moda de anos atrás, e sinto que a conscientização da
população tem contribuído muito pra isso também, quando começamos a pressionar
as grandes marcas e reivindicar por representatividade de corpos e pessoa
reais, para além delas, acabamos influenciando outras marcas e meio de
comunicações a fazerem o mesmo. Já passou do tempo de pararmos de definir um
padrão de beleza pra que as pessoa se adequem a ele, hoje em dia já se é
entendível que as pessoas são plurais e que cabe as indústrias se adequarem para
suprir as nossas demandas.
*Sempre que
falamos sobre modelos pensamos, e os perrengues?
Tu
poderia contar algo que ocorreu contigo?
Sim
haha, na primeira vez que fotografei pra pra uma revista, fotografamos em uma
pousada no interior de SP. No dia anterior, eu fiz a prova de roupa e tinha um
look que era um macacão todo feito de paetês cortados ao meio em formato de
meia lua, era muito bonito mas as pontinhas dos paetês acabavam entrando no
tecido que deveria separa-los da minha pele, então acabava me pinicando e
arranhando bastante, era uma sensação INSUPORTÁVEL HAHA. No dia do editorial
estava um calor de 40°C e eu e as outras meninas estávamos vestidas
com roupa de inverno, calça de alfaiataria, blazers, luvas, meia calça, vestido
de manga que iam até o chão, mas isso não foi um problema pra mim, o problema
começou quando chegamos no último look; o macacão de paetês. Do camarim até o
local onde estávamos tirando a foto eram cerca de 300m, assim que coloquei o
macacão no corpo percebi que era impossível de me movimentar com ele, mas tiver
que ir andando até a van que ia me levar no local das fotos pra não ir andando
no sol quente, quando eu respirava eu sentia minha pele sendo arranhada, quando
eu me movia sentia a “pinicação” também. Acabou que consegui aguentar até me
posicionarem para as fotos, mas as outras duas meninas que estavam junto de mim
demoraram muito pra acertarem a pose que eles queriam, então eu só sei que no
final, eu estava andando pela pousada no sol quente e retirando aquele macacão
incansavelmente. Depois de já estar na van voltando pro camarim e sem o
macacão, eu já estava tranquila, ansiosa pra ver o resultado na revista depois,
e adivinha haha, foi a foto do único look que não usaram pro editorial, mas
acontece né?!
*Você costuma
se prepara para representar algum trabalho? Se sim, como o faz?
Siim, é essencial. Costumes como cuidar da minha pele, da minha alimentação e
me exercitar são coisas que acabo fazendo frequentemente sem pausas, mas tem
também o meu ritual que eu costumo chamar de “pré-job”. Geralmente eu faço as
unhas e vou ao cabeleireiro para refazer meu corte, eu gosto de fazer algum
skin care no dia anterior e comer comidas leves. Se o trabalho for em outra
cidade eu preparo a minha mala com antecedência para não esquecer nada, mas se
for aqui por São Paulo mesmo, eu preparo a minha bolsa só com os meus objetos
mais importantes.
*Quando falamos
da Natasha, quem é ela? O que move sua mente e coração?
Eita haha, Natasha Olubusayo é uma mulher preta, pansexual de 18 anos,
extremamente focada e determinada com os seus objetivos, ao mesmo tempo, sou
também uma pessoa que valoriza muito relações, trocas de afeto e sou muito
apegada aos meus amigos, irmãs, família, e principalmente a minha mãe. O que me
move é poder tornar o mundo um lugar melhor para as próximas gerações, para que
elas não tenham que passar pelo preconceito, racismo, homofobia ou transfobia
que muitos dos meus passam hoje. Eu me dedico a poder contribuir com a
felicidade e paz das pessoas a minha volta, num mundo tão desconexo
como esse, ter uma comunidade e uma rede de afeto é muito importante. Me dedico
a lutar pelas minhas pautas e pela liberdade de ser quem eu quiser ser.
*Qual
característica(as) te fazem uma boa profissional?
Eu
não sei se existe uma resposta certa pra essa pergunta, mas eu acredito que uma
boa profissional é alguém que sabe se relacionar positivamente com outros
profissionais, que seja respeitosa e que esteja sempre disposta a novos
desafios, que tenha capacidade de se adaptar a cada trabalho, e que consiga
entregar o que o cliente espera. Características como foco, disciplina e
determinação eu acredito que seja essenciais também, mas o mais importante
penso que seja ter sua própria personalidade, sem sombras de dúvidas. E acho
que isso é um bom resumo de quem eu sou haha.
*Você tem
cuidados específicos com pele e corpo? Pode nos contar?
Claroo, eu frequento academia de 3 a 4 dias por semana e em casa tento sempre
equilibrar minha alimentação para não consumir muitos produtos
industrializados, mas não me privo de comer nada que eu queira muito. Com a
minha pele, eu procuro beber água e hidratar bastante, não costumo usar
maquiagem no dia a dia, somente quando tenho mesmo algum trabalho, e depois de
cada skin care gosto também de massagea-la.
*Por fim, uma
meta profissional:
Minha
maior meta é conseguir me estabilizar financeiramente, e ser reconhecida por
quem eu sou. Que assim como a Naomi Campbell e a Maria Borges puderam me
inspirar, eu possa ser também um dos rostos que vai inspirar a próxima geração
de meninas pretas a encontrarem seu lugar na moda e na publicidade, e que para
além disso possam se inspirar a acreditarem nos seus sonhos, mesmo que eles
aparentem estar longe de suas realidades.
Rocio Canvas, |
ÃO. |
Vogue Brasil. |
Elle Brasil. |
Daura. |
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