Passadas algumas temporadas, voltamos a falar com a modelo Rayane Brown, que logo em sua estreia na moda lá em 2018(relembre aqui), ganha destaque na SPFW entrando para o time das meninas que mais desfilaram, entre outros trabalhos disputados que já apontavam a que ela veio, acompanhe a baixo nosso bate papo com a top:
Armani FW22. |
* Rayane, em nossa primeira entrevista, você tinha meses de carreira, e já havia feito trabalhos de prestígio.
De lá pra cá, onde tu esteve e o que tem feito?No ano seguinte, eu fui pra china, uma grande experiência, logo depois passei em Milão, Paris e voltei pro Brasil.
Agora estou em Milão, e aqui tenho trabalhado com marcas que tinha como objetivo e sempre sonhei em trabalhar. Como, Tom Ford, Armani, Mc Queen, Dolce & Gabbana.
Algo novo, é que agora eu não tenho agência no Brasil, sou representada pela Canvas e isso, pra mim é algo bem louco, porque eu nunca parei pra pensar em mudanças porem, hoje, eu as vivo.
*Uma das perguntas que lhe fiz naquela época, era como tu enxergava o mercado.
Hoje, tu mantém sua resposta, ou gostaria de acrescentar algo?
Sim, eu ainda acredito que a moda é sinônimo de descobertas e auto Aceitação, mas, quero acrescentar que “a moda, é uma indústria rica em conhecimento, e entre outras coisas, mas, muitas das pessoas que fazem a moda são vazias, o que dificulta o progresso em diversas partes”.
*Ainda num comparativo sobre nossa primeira pauta, me conte 3 momentos marcantes, do início de sua jornada, até aqui:
Graças a DEUS, tenho milhares de momentos marcantes (bons e nem tão bons assim, mas, fazem parte da trajetória)
Mas, Eu não posso descartar ou esquecer o meu início então, Off White será sempre o momento Chave da minha carreira.
O segundo foi, quando eu falei com minha agencia de Paris que eu queria fazer o casting da Balmain, e eles falaram que era difícil e que eu poderia tentar, mas eu era muito nova pra isso; porém mesmo assim eles acreditaram em mim, eu fiz e peguei o tão sonhado desfile.
Isso só me fez acreditar ainda mais que quando se trabalha em conjunto e quando tem a confiança e o apoio, as chances de dar certo, duplicam.
O terceiro foi mais recentemente, quando eu fui fazer o casting pro ultimo desfile da Armani, e minha meta era apenas esse desfile aqui em Milão; Milão sempre foi um mercado muito inacessível pra mim, e isso deixou marcas.
Quando eu fui nesse casting, eu só pensava” é meu” e no fim “foi meu sim”.
*Bem, eu te acompanhando nas mídias, e noto a forma de tu expressar sua força e consciência, como tu consegue manter o equilíbrio diante às adversidades da profissão?
Primeiro, nem sempre há um equilíbrio, mas há sempre a força pra recomeçar. E eu tenho uma Fé inabalável em Deus, isso me mantem de pé.
Mas, tem coisas que vem de berço. Meus pais sempre me mostraram que eu não preciso temer ou querer o que é do outro, e que quando eu aprendo a sentar e aplaudir, eu aprendo a valorizar meu momento de receber aplauso; não apenas como Algo que me faca melhor que os outros, e sim, como algo que eu mereci porque eu fui atrás, e fiz acontecer.
E por fim, eu sei que existe uma grande competição na minha profissão, mas, eu não vejo ninguém como uma "ameaça” pra mim, a não ser eu mesma, que muitas das vezes desacredito da minha capacidade, o que é normal, nem sempre estamos 100% bem.
E falando bem serio, sou de poucos amigos, quando vejo que as energias são contrárias das minhas, eu me afasto, isso me faz estar bem também.
*Aproveitando a deixa, com toda sua bagagem na indústria, ainda há situações que lhe exijam disciplina emocional? Se sim, pode nos contar?
Claro que sim, nenhuma modelo ou pessoa em qualquer profissão é 100% pronto ou, está 100% pronto sempre! As coisas se renovam, e a gente tem que reinventar, aprender, enfim ...
as vezes meu emocional está frágil, com saudades de casa, nesses momentos é bem difícil acordar, ir fazer um casting ou um Job, e ter que se manter bem, serena, as vezes você só quer chorar.
Esses momentos são os mais difíceis pra mim.
Ou, quando algo me irrita, e eu tenho que ser maleável no agir ou falar, ou ate mesmo na expressão do olhar, essas horas também são bem complicadas.
*Você é adepta de alguma atividade física, que também lhe ajude a realinhar seus sentimentos e emoções?
Eu amo dançar, posso dizer que é uma das minhas terapias diárias.
Conversar com minha mãe também me ajuda demais, ela de fato é a única pessoa que ter o poder de me convencer em algo. Então isso me ajuda demais e por fim, me tranco no quarto e finjo demência, as vezes é o que resta.
*Eu particularmente, gosto muito do poder que a moda tem de trazer auto estima à aqueles que foram de alguma forma oprimidos, por serem, negros, muito altos, magros e hoje em dia pessoas com corpos positivos entre outras mais características.
Tu pensa sobre isso? Já teve essa conversa com quem tem uma vivência semelhante a sua?
A moda tem o poder de elevar muito, mas, também tem o poder de destruir muitas coisas.
A maioria do meu ciclo de pessoas que eu convivo são negros (a) então, trocamos muitas informações e experiências sobre esse assunto.
O negócio é não se deixar levar com as críticas e com elogios também, ambos mexem com ego, e orgulho e nem sempre elevar ou deixar esses sentimentos balancear é bom.
*Você usa sua imagem para atingir seus seguidores e trazer temas sociais? Nos fale mais...
Eu particularmente nos últimos tempo, uso minhas redes sociais pra coisas normais, não ando falando muito sobre nada, e nem mostrando nada porque, tem gente que absorve o que a gente posta de uma forma errada, e cria discursos extremos que tiram nossa paz. Mas, sempre que eu vejo que eu necessito falar eu falo, o meu ponto de vista das coisas.
*Onde você está baseada hoje?
Então eu estava com base em Londres mas, agora estou um período longo em Milão, então minha base hoje é aqui
*Consegue nos contar uma boa experiência profissional?
Meu último job com a Dolce e gabbana, eu estava dividindo set com eles, mas, estava trabalhando com uma outra marca, na ida para ao banheiro eu parei de frente pra plaquinha deles e disse pra mim mesma “a próxima meta vai ser você”, no dia seguinte eu fiquei sabendo que trabalharia com eles, isso me fez muito feliz!
Eu sou muito de traça metas mentais, penso e guardo pra mim, então a sensação de realiza la é sempre muito forte.
*Você sente diferença no trato com modelos aí, comparando com o Brasil?
Faz muitos anos que não vou ao Brasil, então não sei se isso já mudou, mas com base no que eu já vivi, sim! O Brasil é bem chato, a gente tem que provar sempre que a gente pode fazer e isso não entra na minha cabeça. Eu acredito que poderíamos ter milhares de modelos grandes, estourando ainda mais aqui fora se tivessem o apoio da moda brasileira. As coisas só melhoram ai, quando vem aqui pra fora sendo que, não é fácil sair do brasil. Enfim ... longo assunto.
*Por fim, uma mensagem para quem deseja ingressar na carreira:
Que não falte coragem pra se reerguer todos os dias, porque a nossa luta é diária e constante mas tudo é possível, sim!
O insta dela é: @rayane.brown
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