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sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Tales Cotta.

-Inserido no mercado da Moda desde os 18 anos, Tales, 25, faz parte de uma indústria concorrida, porém capaz de impulsionar muitos nomes.
O Modelo soma no curriculum desfiles na Casa de Criadores por duas edições consecutivas trabalhando com Diego Fávaro, Felipe Fanaia e Rafael Caetano bem como Editoriais para o Estilista Elias Kalleb, Brazilian Male Models e mais...
No alto de seus 1,83m ele que é natural de Manhuaçu-MG mantém equilíbrio e foco, fundamentos necessários para seguir na profissão.



*Tales, como e quando tu começou a Modelar?

Como disse,comecei a carreira aos 18 anos quando me mudei para o ES. Antes de me mudar, houve uma seletiva na minha cidade para São Paulo, mas na época não tínhamos condições financeiras para eu poder ir. Quando fui para Vitória pesquisei agências por lá e fui agenciado pelo meu booker Faelo Ribeiro na agência All Models, onde ainda sou agenciado.



*Sabemos que você é de outro estado e vem à SP trabalhar, como surgiu a proposta de vir pra cá, e como você divide seu tempo?

Em Maio de 2017 surgiu a oportunidade de ir para São Paulo pela minha agência mãe. Fiquei bem feliz e me dediquei exclusivamente a carreira. Daí morei em SP durante um ano. Nesses últimos meses divido meu tempo dedicando a minha família em MG, indo para Vitória e mantendo contato com minha agência mãe e sempre em São Paulo para castings e jobs. Além dos três Estados também sempre que posso dou um pulinho no Rio de Janeiro para ver amigos e minha irmã. A vida acaba sendo bem corrida, sempre viajando, mas sou muito feliz pelo que faço.



*O mercado de Moda para os Modelos masc. tem alguns desníveis em relação ao segmento fem.; veja bem, ao tempo que o menino que mais desfilou, faz em torno de 6 desfiles na FW a menina chega a fazer 20 ou mais shows.

Como tu enxerga essa questão? Consegue enxergar uma maior inserção de marcas voltadas ao publico masc.?

Com certeza o mercado da moda ainda é voltado em grande parte para o público feminino, como se homens não pudessem entender, participar de assuntos nesse meio. E isso é uma construção histórica de uma cultura machista mesmo. Enxergo uma maior inserção de marcas femininas e óbvio que não  é ruim, porém os castings/jobs para o mercado masculino fica bem mais restrito e a disputa maior.



*Falando ainda sobre eventos de Moda, você já desfilou na Casa de Criadores, onde as marcas tem uma certa poesia ao desenvolver suas coleções, qual ou quais marcas tu mais se identifica e o que elas tem em comum contigo/sua realidade?

Falar desse evento me traz muita alegria, poder pisar nas passarelas da CDC é sempre um desafio e uma responsabilidade gigante. Todas as marcas na qual desfilei me trazem uma aproximação com a minha realidade. Gosto muito da pegada do Di Fávaro, as questões que ele levanta em relação a sua produção, Felipe Fanaia com uma quebra de padrões, mostrando que a gente pode e deve ter voz, a gente no caso: o público LGBTQI+. E para além deles o maravilhoso Rafael Caetano que também sempre vem com essa pegada. Para além deles acredito que todos  trazem em suas marcas uma visão mais crítica de que moda não é só moda, mas é arte, é luta, é reflexão, construção e reconstrução de pensamentos. Amo desfilar na Casa de Criadores.



*Qual a importância da indústria da Moda dentro da sociedade?

Como disse anteriormente, a moda tem um poder gigantesco de levar informações para o público, de vender o produto. E é aí que eu reflito sobre o papel da indústria na sociedade. Acredito que a moda deva cumprir um papel crítico em nossa sociedade, assumindo esse compromisso de levar informações em suas peças para a população refletir, questionar e utilizar esses questionamentos para quebra de padrões. Não existe um só corpo, um só rosto. Somos diversos, somos plurais.


*O seguimento masculino tem buscado cada dia mais desconstruir alguns tabus em relação à modelagens, cores e proporções das roupas, numa visão introspectiva, tu nota essa diferença na tua vida, ao teu redor? E qual tua visão sobre isso?

Acho íncrivel essas transformações, inclusive vemos muitas marcas trazendo um conceito de roupas sem gênero. O homem usar um rosa a pouco tempo atrás era um absurdo. Como se a cor, a estampa fosse diminuir sua masculinidade né? (Hahaha) . Hoje vejo muitos homens procurando estar por dentro dessas mudanças. Claro, ainda há um grande tabu sobre isso, mas seguimos quebrando-o.





*A vida de Modelo é bem atribulada e não só o glamour tão citado, pra ti qual a maior dificuldade da profissão?

Esse ponto mexe muito conosco. Acredito que para a grande maioria é estar longe de casa, da família. Eu particularmente vejo como maior dificuldade o reconhecimento, você conseguir conquistar seu espaço. Isso envolve outros fatores: o dinheiro, que não é um retorno rápido e que nos afeta muito pois precisamos sobreviver. Então essa instabilidade é uma grande barreira e que muitos acabam desistindo de seguir a carreira. Não é só glamour, status e imagem. São muitas lutas e sonhos envolvidos.



*A contra ponto o ofício também proporciona grandes experiências bacanas; que momento foi para ti marcante.

Nossa, são tantos momentos e experiências marcantes. Mas o meu momento é ter morado em uma casa de modelos com mais de 20 modelos de todo o país. É uma experiência que levarei para sempre. Poder conhecer e entender cada índividuo, seus sonhos e medos. Poder criar laços, afeto. Isso pra mim é o que mais vale. Compartilhar sorrisos, choros, discussões. Acredito que cada momento desse são constantes aprendizados.



*Cada trabalho carrega uma energia, uma intenção-como você se prepara para incorporar cada editorial/desfile/campanha?

Acredito que cada trabalho é diferente, um personagem diferente, uma energia diferente. Sou muito profissional no que faço, seja em um editorial ou desfile me preparo conhecendo a marca que irei trabalhar. A pegada da roupa, o que o cliente quer, o personagem para tal editorial. Acordo todo dia e falo: hoje meu dia será incrivel, vibração boa e energia positiva. Aí quando você se depara com uma equipe que também  contagia coisas boas, o trabalho super rende.



*Fora do Trabalho quem é Tales?

O Tales é o mesmo dentro e fora dos backstages da vida. Tales é sinônimo de tranquilidade, leveza e energia positiva. Esse sou eu, tento ser o mais humano possível nessa vida, ouvir, saber falar na hora certa. Claro, como humanos sempre estaremos errando e aprendendo, mas profissionalmente ou pessoalmente levo comigo a certeza de que tudo é um aprendizado e de que nada acontece por acaso na nossa vida.

'Para além da carreira de modelo, me formei em Ed.Física. Decidi me afastar da área e dedicar a conquistar meus sonhos e metas. Amo a Educação Física e amigos da profissão,mas atualmente não consigo me ver atuando. Acredito que ainda tenho um outro caminho a seguir."


Fito: Vinicius Ziehe.

CdC 42° edição p/ Rafael Caetano.

CdC 42° ediçao p/ Di Fávaro.

CdC 43° edição p/ Felipe Fanaia.

CdC 43° edição p/ Di Fávaro.


Para acompanhar Tales o insta dele é: @tales.cotta

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